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Artigos

Nesta seção, apresentamos artigos científicos produzidos por pesquisadores(as) do HGEL.

VIEIRA, F. E. A sintaxe no Brasil: notas historiográficas e eixos temáticos de investigação. Alfa: Revista de Linguística, São José do Rio Preto, SP, v. 64, p. 1-29, 2020.

Este artigo estabelece alguns eixos temáticos apropriados à realização de investigações historiográficas sobre a dimensão sintática dos estudos gramaticais no Brasil, entre os séculos XIX e XXI. São esboçadas algumas linhas de compreensão que podem conduzir a construção de narrativas interpretativas e explicativas sobre como o conhecimento sintático foi adquirido, formulado, difundido, transformado, preservado, ensinado ou esquecido no contexto intelectual brasileiro. Para tanto, elabora-se uma espécie de trajetória concisa dos estudos sintáticos, da Antiguidade ao cenário pedagógico brasileiro. A narrativa deságua na sistematização, em forma de questões de pesquisa, de três eixos temáticos para uma historiografia da sintaxe no Brasil, envolvendo aspectos teóricos, descritivo-normativos e pedagógicos.

MEDEIROS, E. G. de.; VIEIRA, F. E. Colocação pronominal na Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara: comparando as abordagens das 1a e 37a edições. DLCV (UFPB) - Língua, Linguística & Literatura, João Pessoa, v. 15, n. 1, p. 143-173, 2019.

Este artigo tem como objetivos comparar as abordagens do fenômeno sintático “colocação pronominal” em duas edições da Moderna Gramática Portuguesa (1961, 1999), de Evanildo Bechara (1928-), e refletir sobre as motivações e implicações de tais abordagens. A pesquisa está inserida no campo da Historiografia da Linguística, nos termos de Swiggers (2009, 2010, 2012, 2013) e Altman (1998, 2009, 2012). Como resultados, destacamos que, apesar das descontinuidades anunciadas no nível retórico, a obra de Bechara, no tratamento da colocação pronominal, permanece em continuidade com a gramática normativa tradicional, mantendo o viés prescritivo instaurado no fazer gramatical brasileiro desde o fim dos oitocentos.

FARACO, C. A. Aspectos da história socioeconômica e linguística do Brasil. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 20, p. 23-52, 2018.

O objetivo do texto é discutir aspectos da história socioeconômica e linguística da sociedade brasileira. Busca-se analisar os efeitos sociolinguísticos da formação mercantilista escravocrata, própria do período colonial, do capitalismo industrial e do capitalismo tardio. O texto se fundamenta numa ampla revisão bibliográfica e mostra que a sociedade brasileira do século XXI alberga, conflituosamente, os efeitos socioeconômicos e linguísticos da formação colonial, do desenvolvimento precário do capitalismo industrial e dos desafios trazidos pelo capitalismo tardio.

FARACO, C. A. Gramática e ensino. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 11-26, 2018.

Neste artigo, fazemos uma breve revisão histórica do ensino de gramática desde a Antiguidade Clássica. Na sequência, recuperamos as características do ensino de gramática na tradição escolar luso-brasileira e resenhamos algumas das principais propostas alternativas ao modelo tradicional formuladas, nas últimas décadas, por linguistas brasileiros que têm se envolvido com o ensino de língua portuguesa. Seguimos, portanto, uma metodologia historiográfica e, na parte final, damos destaque a questões que precisam ser melhor detalhadas nas propostas alternativas.

VIEIRA, F. E. Demandas e propósitos de duas gramáticas brasileiras contemporâneas do português. Revista Todas as Letras (Mackenzie. Online), São Paulo, v. 20, p. 12-29, 2018.

Este artigo reflete sobre as demandas e os propósitos de duas gramáticas brasileiras contemporâneas: Azeredo (2008) e Bagno (2012). A investigação fundamenta-se, sobretudo, nos conceitos de “gramatização” (Auroux, 1992) e “paradigma tradicional de gramatização” (Vieira, 2015, 2018). A análise, essencialmente qualitativa e interpretativa, mostra que essas gramáticas se atentam a funções sociais diferentes dos propósitos genéricos das gramáticas tradicionais, bem como se deslocam do que socialmente se costuma esperar de um livro de gramática.

FARACO, C. A. Língua Portuguesa: construindo consensos políticos para o futuro. Revista Brasileira, Rio de Janeiro, ano VI, v. 92, p. 71-79, 2017.

O artigo faz uma revisão da situação atual da língua portuguesa no mundo, dando destaque às mudanças demográficas que ocorrerão até o fim deste século em Angola e Moçambique. Como resultado, 40% dos falantes de português estarão na África e o percentual brasileiro baixará dos atuais 85% para 52% do total. Advoga-se um envolvimento maior do Estado brasileiro na promoção internacional da língua. Aponta-se a importância da participação brasileira no Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O texto se encerra com considerações sobre a promoção do idioma no plano nacional.

VIEIRA, F. E. Teorias de gêneros hoje: pontos de convergência. Caminhos em Linguística Aplicada, Taubaté, SP, v. 16, n. 1, p. 132-152, 1º sem. 2017.

Este artigo busca sistematizar os aspectos teórico-analíticos que caracterizam as teorias de gêneros mais produtivas no Brasil, focalizando seus pontos consensuais e possibilitadores da “síntese brasileira de gêneros” (Bawarshi; Reiff, 2010). A sistematização parte da proposta taxionômica de Bhatia (2004) – Escola Norte-americana, de Sidney e Britânica –, acrescentando um quarto enquadre teórico, o da Escola de Genebra. Argumenta-se que, na base dessas quatro escolas de gêneros, a despeito das diferenças de objetivos, categorias e métodos, reside a ideia de que os gêneros refletem e coordenam modos sociais de conhecer e agir no mundo, e assim representam maneiras valiosas de se investigar como os textos funcionam em diversos contextos e como os estudantes podem agir significativamente em tais contextos.

VIEIRA, F. E. A norma-padrão (e seus outros nomes) na avaliação da produção escrita. Calidoscópio, São Leopoldo, RS, v. 15, p. 6-17, 2017.

Este artigo reflete sobre as noções de norma culta e norma-padrão, na tentativa de estabelecer um diálogo sobre o tema com professores envolvidos no ensino e na avaliação da produção de textos escritos. São discutidos os sentidos, nem sempre claros, que podem ser atualizados a partir dos termos “culta” e “padrão”, intercambiáveis quando se atenta às provas de redação das edições do ENEM de 1998 a 2014. Em seguida, analisa-se uma redação escolar que apresenta alguns aspectos morfossintáticos próprios das práticas escritas e formais dos brasileiros "cultos". Tenta-se mostrar que, muitas vezes, a tradição gramatical já legitima tais aspectos em suas prescrições, de modo que sua possível interdição decorrerá muito mais da ideologia da norma “curta” e hipercorreta.

VIEIRA, F. E.; ALEXANDRE, D. J. A. Gramática escolar, formação do professor e saberes docentes. Cadernos do IL, Porto Alegre, n. 52, p. 549-565, 2016.

Este artigo objetiva investigar a relação entre o uso de gramáticas escolares e os saberes docentes envolvidos no ensino de português. Foram aplicados questionários a 178 professores de 17 municípios paraibanos, na tentativa de entender como acontece o trabalho com gramáticas escolares nesses lugares, quais as funções desse livro em sala de aula e quais os impactos e reflexos de seu uso na prática docente. Buscou-se respaldo teórico, principalmente, em Tardif (2013). Os resultados apontam que essas obras atuam como instrumentos minimamente reguladores do currículo e, muitas vezes, como única fonte de pesquisa e atualização do professor, o que levanta questões sobre formação docente continuada e trajetória profissional.

VIEIRA, F. E. Assujeitamento e conflito na constituição do sujeito em textos de apresentação de gramáticas escolares do português. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 13, n. 3, p. 1334-1350, 2016.

Este trabalho, situado na Análise do Discurso de linha pecheutiana, investiga como gramáticas escolares dizem incorporar as consequências da virada pragmática a seus propósitos prescritivistas e a sua organização tradicional. Os resultados indicam que os sujeitos desses discursos estão filiados ideologicamente à formação discursiva da virada pragmática no ensino de língua portuguesa (FDV). Nesse processo de assujeitamento, tais sujeitos instauram um movimento de identificação com a forma-sujeito associada à FDV. Porém, ainda que se tenda à coincidência plena entre sujeitos do discurso e do saber, também há espaço para “falhas no ritual” do assujeitamento, instaurando um espaço de conflito, ao invés de unicidade, e uma forma-sujeito heterogênea em relação a si mesma.

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