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Capítulos de livros

Nesta seção, apresentamos capítulos de livros escritos por pesquisadores(as) do HGEL.​​

VIEIRA, F. E.; FARACO, C. A. A construção de um padrão exonormativo para o português do Brasil. In: SOUSA, S. C. T. de; BRAGA, A. (orgs.). A dimensão política da língua(gem): perspectivas da Linguística Aplicada e das Teorias do Discurso. Campinas: Pontes, 2024. p. 143-179.

Este capítulo historiciza alguns eventos que estiveram vinculados ao processo de fixação de uma norma-padrão para o Brasil a partir do século 19 e, paralelamente, ao estabelecimento e difusão de uma cultura do erro no trato das questões linguísticas brasileiras. Para tanto, considera-se a realidade sociolinguística do Brasil Colônia, em que emergiram as variedades do PB popular; arrolam-se asserções que, desde o século 16, imputam deficiências à língua portuguesa falada em territórios colonizados por Portugal; e apresentam-se críticas gramaticais e polêmicas que trouxeram a questão da língua para o centro dos debates intelectuais brasileiros nos séculos 19 e 20.

FERREIRA, E. M.; VIEIRA, F. E. A colocação pronominal na gramaticografia brasileira do final dos oitocentos (1880-1899). In: ANJOS, M. A. L. dos. (org.). Estudos interinstitucionais em historiografia linguística. Campinas: Pontes Editores, 2024. p. 76-107.

O capítulo discute, a partir de uma perspectiva historiográfica, a abordagem da colocação pronominal em sete gramáticas brasileiras publicadas nas duas últimas décadas do século 19 (Carneiro Ribeiro, 1881; Júlio Ribeiro, 1881, 1885, 1899; Pacheco; Lameira, 1887; João Ribeiro, 1889; Freire da Silva, 1894). Primeiro, apresentam-se algumas reflexões sobre o contexto em que se inserem esses instrumentos gramaticais e sobre sua visão geral de “gramática”. Na sequência, analisa-se o tratamento descritivo-normativo da “colocação pronominal” e o exemplário apresentado pelos autores, observando as técnicas de análise desse tema gramatical e sua dinâmica em direção a uma abordagem mais descritiva ou mais prescritiva.

FARACO, C. A. Variação Linguística e Ensino: breve ensaio em homenagem a Irandé Antunes. In: NEVES, H.; LIMA, A. (orgs.). A vida no texto: homenagem a Irandé Antunes. São Paulo: Parábola Editorial, 2024. p. 147-159.

Este capítulo é parte de uma coletânea de estudos escritos em homenagem a Irandé Antunes. O foco do texto é o tema da variação linguística no trabalho de Antunes. Aponta-se o fato de que esse tema não é central na obra da linguista, cujas balizas principais vêm da linguística do texto. No entanto, ela não se isenta de abordá-la. E o faz, destacando que não há uma única e homogênea norma culta, mas um conjunto de variedades materializadas na fala e na escrita, correlacionadas com os gêneros discursivo-textuais. O capítulo, em sua última parte, apresenta alguns dos desdobramentos dessa perspectiva de Antunes em trabalhos recentes de outros linguistas.

FARACO, C. A. Da importância da pedagogia da variação linguística para o ensino de língua portuguesa. In: ALMEIDA, J. E. de; ALTINO, F. C.; BRANDÃO-SILVA, F. (orgs.). Em torno (entorno) da pedagogia da variação linguística. Londrina: Eduel, 2024. p. 11-24.

O texto expõe alguns dos desafios pedagógicos que os professores de português enfrentam em decorrência da integração de fenômenos relativos à variação linguística no ensino da língua. É uma discussão que se situa na Pedagogia da Variação Linguística, cujo foco tem sido uma pedagogia da língua sociolinguisticamente fundamentada e pautada por duas grandes balizas: a variação linguística como um todo e, no interior desta, uma abordagem das normas de referência, em especial para a língua escrita. O texto explora, entre outros aspectos, as reações sociais negativas aos fenômenos da variação linguística e propõe alternativas para enfrentá-las.

FARACO, C. A. Em busca de uma norma-padrão brasileira. In: VIEIRA, S. R. et al. (orgs.). Variação linguística, ensino e interfaces: resultados e propostas. São Paulo: Pimenta Cultural, 2023. p. 23-28.

Este texto foi escrito como Apresentação do livro "Variação linguística, ensino e interfaces: resultados e propostas", organizado por Silvia Rodrigues Vieira et al., reunindo textos apresentados no IV Simpósio de Variação Linguística e Ensino. Faz-se, nele, um retrospecto da construção da norma-padrão lusitanizada para o português brasileiro. Destaca-se a dupla negação que o processo envolveu: a do chamado português popular, falado pela massa de escravizados e de trabalhadores pobres brancos e mestiços; e a da própria variedade culta da língua praticada no Brasil. Aponta-se o evidente fracasso desse projeto normatizador e se defende a necessidade de se desatar o imbróglio normativo do Brasil.

FERREIRA, E. G. de M. As Regras da lingua portugueza, espelho da lingua latina, de Jerónimo Contador de Argote (1725), e a gramatização da colocação pronominal: apontamentos historiográficos. In: LAU, H. D. et al. (org.). Linguagens em múltiplas faces: uma agenda de estudos teóricos e aplicados. São Paulo: Pimenta Cultural, 2023. p. 494-514.

O capítulo discute a abordagem da colocação pronominal nas “Regras da Lingua Portugueza, espelho da lingua latina” (1725), de Jerónimo Contador de Argote (1676-1749), e suas motivações e implicações no processo de gramatização do português no século 18. Para tanto, busca-se resgatar o contexto histórico da obra, considerando-se a atmosfera social e intelectual setecentista e a biobibliografia do autor, e compreender as ideias relacionadas ao posicionamento dos pronomes, analisando-se definições, tratamento normativo e exemplário.

FARACO, C. A. As relações galego/português pelo olhar dos filólogos brasileiros. In: ABRAÇADO, J.; LAGARES, X. C. (orgs.). O galego e o português: o passado presente. São Paulo: Parábola Editorial, 2023. p. 27-37.

O texto busca registrar e comentar o que filólogos brasileiros disseram a propósito da relação histórica do galego com o português. Formula-se uma explicação para os malabarismos expositivos a que esses filólogos tiveram de recorrer, muitas vezes, para manter o português em posição de destaque frente ao galego, estipulando, inclusive, uma origem histórica quase autônoma para o português. Faz-se uma visita às principais gramáticas históricas escritas no Brasil. O espectro de fontes vai da primeira dessas gramáticas, escrita por Pacheco da Silva Jr. e publicada em 1878, até o trabalho de Silveira Bueno, "A formação histórica da língua portuguesa", publicado em 1954.

LIMA, F. R. S.; VIEIRA, F. E. Teorias linguísticas e ensino de gramática. In: ESVAEL, E. V. da S.; PEDROSA, J. L. R. (orgs.). Linguística e ensino: ensaios, relatos e propostas para sala de aula. João Pessoa: Editora UFPB, 2022. p. 16-38.

Este ensaio apresenta algumas diretrizes de quatro empreendimentos epistemológicos da linguística contemporânea – estruturalismo, gerativismo, funcionalismo e sociolinguística – e as relaciona ao ensino de gramática na Educação Básica. Diferentes teorias, embora tratem o objeto língua a partir de pontos de vista distintos, podem ser acionadas diante da necessidade de uma ampla e efetiva compreensão dos fenômenos da linguagem no ambiente pedagógico. Por mais que haja uma tradição de pesquisa predileta conduzindo nossa prática em sala de aula, o olhar teórico diversificado favorece uma abordagem pedagógica mais consistente dos fenômenos da linguagem.

FARACO, C. A. Pedagogia da Variação Linguística: desafios e paradoxos. In: BRANDÃO-SILVA, F.; ROMUALDO, E. C.; PEREIRA, H. B. (orgs.). Da Variação Linguística à “Pedagogia da Variação”: descrição e ensino de português. São Carlos: Pedro & João Editores, 2022. p. 51-66.

A questão da variação linguística, embora seja constitutiva do modo como a linguística pensa a realidade da linguagem, ainda não alcançou positivamente o senso comum. Isso tem inúmeras consequências para o encaminhamento de práticas pedagógicas sociolinguisticamente informadas. O texto compara a repercussão da linguística no senso comum com a recepção de outras ciências. Na sequência, discute a cultura do erro que fundamenta a história normativa do português brasileiro. Por fim, defende um projeto coletivo de difusão de uma cultura linguística positiva que sustente um padrão flexível, contemplando usos variáveis relacionados a diferentes gêneros textuais da fala e da escrita.

GUEIROS, L.; VIEIRA, F. E. O que é Historiografia da Linguística? In: PEDROSA, J. L. R.; VIEIRA, F. E. (orgs.). Linguística e formação do professor de língua portuguesa: múltiplas orientações. João Pessoa: Editora UFPB, 2022. p. 173-193.

Este capítulo apresenta algumas das principais diretrizes do campo disciplinar Historiografia da Linguística (HL). O texto, de caráter introdutório, objetiva despertar no leitor o interesse pela área, cujos resultados de trabalho têm trazido contribuições importantes à compreensão do conhecimento sobre a linguagem e as línguas em sua dimensão histórica. Na primeira parte, discute-se a especificidade da HL nos estudos linguísticos e discorre-se sobre questões teórico-metodológicas que sustentam a investigação historiográfica; na segunda parte, são apresentadas ações de pesquisa em HL desenvolvidas pelo grupo "HGEL – Historiografia, Gramática e Ensino de Línguas".

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