Capítulos de livros
Nesta seção, apresentamos capítulos de livros escritos por pesquisadores(as) do HGEL.

VIEIRA, F. E. Tradição gramatical: história, epistemologia e ensino. In: VIEIRA, F. E.; BAGNO, M. (orgs.). História das línguas, histórias da Linguística: homenagem a Carlos Alberto Faraco. São Paulo: Parábola Editorial, 2020.
O capítulo reflete sobre a história e cientificidade da gramática tradicional, e sobre suas (im)possibilidades pedagógicas envolvendo os eixos da norma-padrão e da análise metalinguística no atual contexto brasileiro. Destacam-se a sistematização e análise das denominadas "diretrizes epistemológicas da gramática tradicional", bem como sua relação com o ensino de língua e de gramática no Brasil. Esse diálogo nos conduz a boas reflexões sobre a seguinte questão: por que a gramática tradicional se mantém firme nos espaços pedagógicos atuais, a despeito das críticas, em geral razoadas e pertinentes, que atacam duramente suas diretrizes epistemológicas?

FARACO, C. A. Quintiliano: Ars Oratoria e educação linguística. In: BECCARI, A. J.; BINATO, C. V. P.; FERREIRA, E. A. G.R. (orgs.). Retórica – perspectiva histórica e atualidade. Campinas: Mercado de Letras, 2018. p. 15-40.
Este capítulo revisita a vida, a obra e a recepção de Marco Fábio Quintiliano (35?-95) e discute aspectos de seu pensamento especificamente sobre a educação linguística como parte da educação retórica, conforme se lê no seu tratado Institutio Oratoria, do ano de 95. Nessa obra, um monumento da cultura latina, Quintiliano consolida a doutrina retórica produzida pelos gregos e romanos e descreve, em grandes linhas, um sistema de ensino centrado no domínio da retórica e no qual se previa também diferentes atividades voltadas ao domínio da linguagem oral e escrita.

FARACO, C. A. Breve retrospectiva do pensamento linguístico-histórico no Brasil. In: CASTILHO, A. T. de. (org.). História do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2018. p. 32-71.
O capítulo está inserido no primeiro volume da Coleção História do Português Brasileiro, coordenada por Ataliba T. de Castilho. Faz-se nele uma breve retrospectiva dos estudos sobre a origem e a história da língua portuguesa desde a obra pioneira de Duarte Nunes de Leão (Lisboa, 1606). Na primeira parte, além de uma resenha dessa obra, se faz referência à sua conjuntura histórica. Na sequência, é apresentado um relato crítico do "celtismo", proposta que aventou uma origem celta para o português, nos séculos XVIII e XIX. Na segunda parte do texto, se dá ênfase aos estudos linguístico-históricos que se desenvolveram no Brasil a partir das últimas décadas do século XIX.

FARACO, C. A. Antoine Meillet e a construção da linguística moderna. In: BENTHIEN, R. F.; PALMEIRA, M. S. (orgs.). Como as palavras mudam de sentido. São Paulo: Edusp, 2016. p. 119-129.
O capítulo integra um livro que faz parte da coleção Biblioteca Durkheimiana, publicada pela Editora da USP, abrangendo traduções de textos da Escola Sociológica Francesa, acompanhadas de um aparato crítico. Nela se incluiu um volume dedicado ao texto “Como as palavras mudam de sentido”, do linguista Antoine de Meillet, publicado em 1906, na revista L’Année Sociologique, criada por Émile Durkheim. O texto original em francês e sua tradução são acompanhados de um dossiê crítico, do qual faz parte essa apresentação geral da obra de Meillet e suas contribuições para a construção da linguística moderna.

VIEIRA, F. E. Gramatização brasileira contemporânea do português: novos paradigmas? In: FARACO, C. A.; VIEIRA, F. E. (orgs.). Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. p. 19-69.
O autor analisa se gramáticas brasileiras escritas por linguistas – Azeredo (2008), Perini (2010) e Bagno (2012) – configuram novos paradigmas em contraste com o que ele denomina “paradigma tradicional de gramatização". As obras são analisadas a partir de quatro critérios: demandas e propósitos sociais; perfil teórico-metodológico; arcabouço descritivo, categorial e conceitual; aspectos morfossintáticos. Em geral, as obras oscilam entre movimentos de ruptura e linhas de continuidade com a tradição gramatical, sendo que seus pontos fortes e fracos nem sempre correspondem, respectivamente, aos seus conjuntos de rupturas e continuidades.

FARACO, C. A.; VIEIRA, F. E. Gramáticas em perspectiva. In: FARACO, C. A.; VIEIRA, F. E. (orgs.). Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. p. 293-318.
O último capítulo do livro que deu origem à parceria Faraco e Vieira funciona como uma espécie de síntese e considerações finais sobre o conjunto de gramáticas analisadas na obra. Os autores confrontam as sete obras analisadas – Bechara (1999), Moura Neves (2000), Azeredo (2008), Castilho (2010), Perini (2010), Bagno (2012) e Hauy (2014) – e levantam interessantes questões relacionadas a ensino de gramática, objetivos de cada instrumento, natureza dos dados gramaticográficos, permanências e inovações descritivas, objeto-língua particular que constroem, uso pedagógico e escolar, entre outros temas correlatos.

FARACO, C. A. Desde quando somos normativos? In: VALENTE, A. C. (org.). Unidade e variação na língua portuguesa: suas representações. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p. 59-70.
Neste texto, Carlos Alberto Faraco defende ser preciso encontrar os meios para instaurarmos um efetivo debate nacional sobre nossas questões normativas e, nesse processo específico, construir guias normativos realistas e honestos que: possam servir de referência a quem escreve, a quem ensina e a quem aprende; acolham a variabilidade da expressão culta real e as divergências interpretativas dos bons instrumentos normativos existentes; não transformem em obrigação o que é estilístico, ou em necessidade o que é possibilidade.

FARACO, C. A. Norma culta brasileira: construção e ensino. In: ZILLES, A. M. S.; FARACO, C. A. (orgs.). Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p. 19-30.
O capítulo desenvolve uma reflexão sobre aspectos da realidade e da história sociolinguística do português brasileiro, com destaque para o problema da chamada norma culta e sua relação com o ensino de língua portuguesa. Defende-se a importância de se compreender criticamente a realidade sociolinguística brasileira e de se avançar na construção de uma pedagogia capaz de dar acesso à expressão culta sem demonizar as expressões ditas populares e sem insistir numa norma-padrão lusitanizada como única norma de referência. O texto também apresenta balizas para a escrita de guias normativos atualizados e que acolham a variabilidade da expressão culta.

GUEIROS, L. Silenciamento pela (des)autorização: a língua e o linguista no espaço do discurso midiático. In: GRIGOLETTO, E.; GOMES, I. R. (orgs.). Memória, história, arquivo: fronteiras e intersecções. Recife: Editora Universitária UFPE, 2015. p. 170-185.
Situado na análise do discurso pecheutiana, este artigo trabalha com a política do silêncio (Orlandi, 2007), considerando as condições de produção do discurso midiático. Atenta-se a um duplo movimento de silenciar, que, fundamentalmente, funciona de forma concomitante: a autorização instaurada pelo (e para) o sujeito-jornalista instala a desautorização do sujeito-linguista, que é, nessas condições de produção, silenciado. O corpus do trabalho são sequências discursivas coletadas de um debate promovido pela TV Brasil, no programa Laboratório da Imprensa.

FARACO, C. A. Estudos Pré-Saussureanos. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (orgs.). Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004, v. 3. p. 27-52.
O capítulo compõe o volume 3 da coleção Introdução à Linguística, organizada por Mussalim e Bentes e voltado à apresentação das diversas perspectivas que constituem a ciência moderna da linguagem. O texto repassa os caminhos da linguística do século XIX, defendendo a tese de que os fundamentos que desaguaram em suas formulações sistêmicas estavam dados, em germe, nas ideias produzidas desde o fim do século XVIII e nas elaborações teóricas dos comparatistas e neogramáticos. Além disso, é feita uma reconstrução das elaborações filosóficas que colocaram em pauta a questão da interação já no século XVIII, preparando, de certa forma, os estudos que deram ênfase a temas discursivos.